A tradição da Páscoa em Braga é bastante antiga e a Semana Santa, com as suas grandiosas procissões e celebrações, é vivida na região com grande fervor. A religião está intrinsecamente ligada à história desta cidade fértil em igrejas e outros monumentos ligados ao culto, um deles Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Siga o roteiro de Braga proposto pelo All About Portugal e fique a conhecer oito pontos de visita obrigatória para crentes, e não só.
Santuário do Bom Jesus do Monte
Classificado pela UNESCO como Património Mundial desde 2019, é o principal ex-líbris de Braga. Pelos famosos escadórios em que se vão encontrando as estações da Via Sacra, através do peculiar elevador, movido a água, ou de carro são muitos os turistas e os bracarenses que aqui chegam. A imponente Basílica, em estilo neoclássico português, foi construída entre 1784 e 1811. No interior salta à vista o altar-mor, que representa a cena do Calvário com Cristo Crucificado.
Santuário de Nossa Senhora do Sameiro
Um pouco mais acima, a 570 metros de altitude, encontra-se outro ponto que não pode faltar em qualquer roteiro de Braga. É o segundo maior Santuário mariano de Portugal e, tradicionalmente, acolhe milhares de peregrinos e visitantes todos os anos. No interior da Basílica, de estilo neoclássico, destacam-se várias peças de Arte Sacra, o carrilhão de sinos e a cobertura em abóboda. O Santuário está enquadrado por uma mata e oferece uma soberba panorâmica sobre a cidade e a região.
Sé Catedral de Braga
É na Sé Catedral que decorrem algumas das principais cerimónias da Semana Santa e quem optar por passar a Páscoa em Braga tem de conhecer este monumento belíssimo. Algumas dessas celebrações, cheias de significado e tradição, são a cerimónia do Lava-Pés ou a Procissão de Ressurreição. É a Catedral portuguesa mais antiga, começando a ser construída no final do século XI e o estilo artístico mais notório é o barroco. Visite também o Tesouro-Museu da Sé, que possui um rico e valioso espólio.
Mosteiro de Tibães
Criado no século XI, a 10 quilómetros de Braga, este antigo mosteiro da Ordem Beneditina esteve ativo entre 1567 e 1834, sendo nessa fase um dos maiores conjuntos monásticos do Portugal barroco. Apesar do fecho, a atividade a nível da religião manteve-se até hoje, com a igreja, a sacristia e o cemitério a permanecerem em uso paroquial. A igreja é considerada um dos maiores marcos da arte barroca no país e a fachada merece demorada atenção. Outra parte do antigo convento acolhe uma hospedaria.
Igreja de Santa Cruz
Situada bem no centro de Braga, esta igreja de estilo barroco, construída nos séculos XVII e XVIII, assume um papel importante nas cerimónias da Semana Santa. É de lá que sai a procissão em que se faz trasladação da imagem do Senhor dos Passos e no Domingo de Ramos acolhe o marcante Sermão do Encontro. A fachada é belíssima e reza a lenda que as jovens que nela encontrarem três galos em alto-relevo casarão em breve. O interior “esconde” altares cobertos de rica talha dourada.
Igreja Paroquial de São Victor
Quem passa a Páscoa em Braga não pode perder as três procissões noturnas que se realizam entre quarta e sexta-feira da Semana Santa. A primeira, e uma das mais populares, é a Procissão de Nossa Senhora da Burrinha. O cortejo sai da Igreja de São Victor e tem a peculiaridade de uma burrinha transportar uma imagem de Nossa Senhora com o menino Jesus ao colo. O templo assume uma posição dominante, onde foi edificado, e as paredes interiores estão revestidas com 11.700 azulejos, azuis e brancos.
Igreja da Misericórdia de Braga
Um dos pontos altos da Semana Santa de Braga é a Procissão do Senhor "Ecce Homo", que se destaca pelo seu peculiar grupo de farricocos. Envergando vestes negras, descalços e encapuçados, estes homens representam os penitentes públicos de outrora, empunhando matracas e fogaréus, uma espécie de “taça” com pinhas a arder. O cortejo ocorre na Quinta-feira Santa e sai da Igreja da Misericórdia, de estilo renascentista, localizada no final da central Rua do Souto, e nas traseiras da Sé.
Foz do Rio Homem
Esta é outra tradição que se aconselha quando se fala de Páscoa em Braga. A curta distância da capital minhota, centenas de pessoas juntam-se habitualmente nas margens do Rio Homem, no dia a seguir ao Domingo de Páscoa. Em Fiscal, onde nasceu o famoso cantor português António Variações, há duas cruzes do Compasso Pascal que viajam de barco, evocando tempos remotos. Esta era a única forma de alguns habitantes do concelho de Amares poderem beijar a cruz, uma manifestação de grande significado.
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