Pedalar junto a vinhas ou parar em miradouros de cortar a respiração são experiências imperdíveis que se podem ter ao dar um passeio de bicicleta no Douro. Classificada como Património Mundial pela UNESCO, a região do Alto Douro Vinhateiro, localizada no interior Norte de Portugal, apresenta panorâmicas verdadeiramente deslumbrantes onde sobressaem as vinhas em socalcos e o imponente Rio Douro. O All About Portugal indica-lhe 10 percursos para fazer de bicicleta nesta vasta região abençoada pela Natureza, em que o turismo sustentável e ecologicamente responsável tem vindo a ganhar terreno. Uns curtos, e de fácil realização, outros maiores e mais exigentes do ponto de vista físico, mas todos estes percursos prometem não o deixar indiferente.
Rota das Vinhas, São João da Pesqueira
Este percurso é fértil em paisagens espantosas sobre o Rio Douro e as encostas de vinhas em socalcos que são a imagem de marca do concelho de São João da Pesqueira, considerado o “coração do Douro Vinhateiro” por ser o que detém maior área classificada daquele Património Mundial. Com partida e chegada junto à sede da Junta de Freguesia de Ervedosa do Douro, a rota tem aproximadamente 25 quilómetros e um nível de dificuldade considerado elevado. É apresentado como um percurso pedestre, mas também constitui um interessante passeio de bicicleta no Douro, sendo formado por dois circuitos que passam muito próximos, constituindo uma espécie de “oito”. Esta rota oferece cenários magníficos em contacto intenso com a natureza e propícios também à prática de pedestrianismo, birdwatching e turismo sustentável.
Passeadouro da Folgosa, Armamar
Também conhecida como Ecovia do Douro, este percurso aprazível situa-se mesmo junto ao Rio Douro, próximo do cais turístico, e oferece um notável enquadramento paisagístico em que o espelho de água se “mistura” com os socalcos das vinhas de algumas das mais importantes quintas de vinhos da zona. O passeadouro é uma via pedonal panorâmica, que pode igualmente ser percorrida de bicicleta, e um espaço de lazer ao ar livre. Foi criado no âmbito da obra de consolidação do talude que suporta a EN 222, considerada uma das estradas mais belas do mundo, e tem cerca de um quilómetro de extensão. Possui pesqueiros, espaços para piqueniques e três “varandas”, onde se pode apreciar devidamente o magnífico cenário, bem como os barcos turísticos.
Ecopista Ribeirinha, Peso da Régua
Outro cenário magnífico em que ciclistas e peões podem desfrutar de um trajeto de mais de dois quilómetros na zona Ribeirinha da Régua, sempre na companhia do Rio Douro. A Eco pista nasceu no contexto da operação de regeneração urbana “Frente Douro” e constitui uma zona de eleição para usufruto da Natureza e para a prática desportiva. O piso é excelente e este é também um local privilegiado para a observação de aves como a Garça-real, Milhafre-preto e o Pato Real, bem como de anfíbios como o Sapo-parteiro-comum, a Rã-ibérica e a Rã-verde. A partir da ecopista pode ainda apreciar a centenária Ponte Metálica e aceder ao Museu do Douro, onde pode ficar a saber mais sobre o património cultural e natural da Região Demarcada do Douro.
Grande Rota do Vale do Côa, Vila Nova de Foz Côa
Composta por 222 quilómetros de trilhos, a Grande Rota do Vale do Rio Côa, afluente do Rio Douro, liga a nascente, localizada nos Fóios (Sabugal), à foz, no concelho de Vila Nova de Foz Côa. O Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Douro Vinhateiro são dois dos destaques da parte final desta grande Rota, que alia na perfeição Natureza e Património. A terceira e última etapa deste percurso liga a aldeia de Quinta Nova, no concelho de Pinhel, às imediações do Museu do Côa. Ao longo dos seus 62 quilómetros, este exigente trilho percorre caminhos florestais, olivais, amendoais e vinhas. O Museu, situado no concelho que se orgulha de ser o único a possuir dois patrimónios mundiais em Portugal, foi construído num local privilegiado na confluência do Douro com o Côa. A panorâmica que a sua “varanda” oferece sobre os dois rios e o vale fértil em vinhas em socalcos é simplesmente sublime.
Figueira de Castelo Rodrigo - Barca d'Alva
Embora não seja um trajeto “oficial”, o troço da EN 221 que liga Figueira de Castelo Rodrigo à aldeia ribeirinha de Barca d'Alva acaba por constituir um passeio de bicicleta no Douro bem agradável e interessante. O cais fluvial de Barca d'Alva é o ponto que assinala o limite de navegabilidade do Douro e onde este se encontra com o Rio Águeda. Teste bem os travões da sua bicicleta antes de se fazer à estrada, pois a parte final dos 21 quilómetros do percurso é feita a descer por entre paisagens para o Douro e as encostas férteis em olivais, amendoais e vinhedos. No início da primavera, as chamadas “amendoeiras em flor” fazem as delícias de quem passa por esta zona. Um ponto de paragem “obrigatório” é o miradouro do Alto da Sapinha, onde se pode desfrutar de uma paisagem de “cortar a respiração” sobre o vale do Rio Douro e todas as culturas inerentes.
Grande Rota do Douro Internacional e Douro Vinhateiro, Freixo de Espada à Cinta
É “oficialmente” um percurso pedestre mas há alguns “corajosos” que a percorrem de bicicleta na sua quase totalidade. Esta grande rota tem 176 quilómetros e atravessa quatro concelhos, unindo as arribas do Douro Internacional aos vinhedos do Douro Vinhateiro, que propiciam paisagens impressionantes. Dada a sua extensão, aconselha-se a repartir o trajeto em diversas etapas. A Grande Rota tem início em Paradela, Miranda do Douro, e atravessa uma área onde salta à vista o contraste entre o vale escarpado do Douro e o Planalto Mirandês. Entra depois no concelho de Mogadouro, onde há um troço alternativo, que se desenrola nas proximidades do vale do Douro. Segue-se o concelho de Freixo de Espada à Cinta, o que tem a maior extensão com 60 quilómetros, em que um dos destaques é a passagem pela aldeia de Mazouco, conhecida pelas suas gravuras rupestres. Por último, em Torre de Moncorvo, a rota atravessa a sede de concelho e uma área da Região Demarcada do Douro.
Ecopista do Sabor, Torre de Moncorvo
Entre as sugestões de passeio de bicicleta no Douro não podia faltar esta ecopista de 34 quilómetros que tira partido do reaproveitamento da linha de caminho de ferro, no troço entre a margem norte do rio, no Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, e Carviçais, em Torre de Moncorvo. O trajeto exige preparação física adequada e oferece paisagens deslumbrantes sobre o Rio Douro, o Vale do Sabor, o Alto Douro Vinhateiro e a Serra do Reboredo. Assume-se como uma infraestrutura vocacionada para o recreio e, em simultâneo, como uma via que leva a redescobrir paisagens de grande beleza, “esquecidas” desde a desativação do transporte ferroviário. A localidade de Foz do Sabor, conhecida como a última aldeia piscatória de Trás-os-Montes, é o ponto em que o Rio Sabor desagua no Douro, apresentando um vasto lençol de água.
Miranda do Douro - São João das Arribas
A paisagem avistada no miradouro de São João das Arribas é simplesmente arrebatadora, tal a imensidão que é possível atingir bem como o enquadramento “perfeito” entre o vale do Douro e as escarpas rochosas das arribas. É este o ponto de chegada deste percurso de oito quilómetros que se inicia junto ao posto de turismo de Miranda do Douro, concelho que faz fronteira com Espanha. O traçado é, na maior parte, plano, apresentando, contudo, algumas subidas e descidas ligeiras no Planalto Mirandês, em plena comunhão com a Natureza. O trajeto passa pelas povoações de Vale de Águia e Aldeia Nova até se chegar ao caminho de terra batida que conduz à capela de São João das Arribas, situada num ponto sobranceiro ao vale do Douro e cuja envolvência constitui um dos miradouros mais enigmáticos do Parque Natural do Douro Internacional.
Rota do Pico da Vila, Mesão Frio
Outra excelente sugestão de passeio de bicicleta no Douro que pede alguma preparação física. Este “circuito” de 12 quilómetros atravessa montes, vinhedos, aldeias e caminhos ancestrais, muitas vezes com uma visão privilegiada sobre o rio. O percurso possui bastantes subidas e descidas, sendo que uma das características que o torna tão interessante é mesmo a “tríade” entre monte, vinha e Douro. O Largo da Independência, situado no centro da vila de Mesão Frio, serve de ponto de partida e de chegada e a passagem pelo miradouro de São Silvestre, de onde se pode contemplar uma paisagem arrebatadora sobre o rio e os vinhedos, é um dos pontos mais apreciados.
Ecopista do Corgo, Vila Pouca de Aguiar
Fruto da recuperação da antiga linha ferroviária desativada em 1990, e que unia Vila Real a Vila Pouca de Aguiar, a Ecopista do Corgo, rio que é um dos afluentes do Douro, permite usufruir de uma paisagem arrebatadora sobre as serras do Marão e do Alvão e diversas linhas de água. Esta via panorâmica dotada de zonas de lazer apresenta grande riqueza a nível de flora e fauna, podendo também ser feita a pé ou a cavalo. No concelho de Vila Pouca de Aguiar, a Ecopista tem 20 quilómetros, começa no apeadeiro de Tourencinho, passa pela vila termal de Pedras Salgadas e acaba em Sabroso de Aguiar. Já na área do concelho de Vila Real, o trajeto tem 18 quilómetros, iniciando na antiga estação da CP e vai até próximo dos limites do município vizinho.
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