Nos meses de verão, multiplicam-se os festivais de música, com cartazes mais ou menos ecléticos, bandas para todos os gostos e (ainda) dos mais baratos da Europa. Para o ajudar nas suas escolhas, o All About Portugal conta-lhe um pouco da história e características de alguns dos mais importantes festivais nacionais. Ponderados todos os fatores, do cartaz à localização, reserve um fim de semana ou, se tiver disponibilidade, trace um roteiro mais completo para umas férias musicais memoráveis.
NOS Primavera Sound
Abre a temporada dos festivais de verão em Portugal. Irmão mais novo do Primavera Sound de Barcelona, acontece no Parque da Cidade do Porto desde 2011 e já não sabemos viver sem ele. Com um cenário verde perfeito, ambiente descontraído e um cartaz de excelência, tornou-se “obrigatório” para os melómanos mais exigentes. Aproveite toda a experiência, das coroas de flores às mantas de piquenique. Com a alma bem nutrida, alimente o corpo nas tasquinhas com as iguarias da cozinha portuguesa.
NOS Alive
“O melhor cartaz, sempre!” é o slogan oficial que não andará longe da realidade. Ano após ano, a fasquia mantém-se alta, tendo sido considerado um dos melhores festivais da Europa por publicações de prestígio, como a New Musical Express. Pelo Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, às portas de Lisboa, já passaram alguns dos maiores nomes da cena rock internacional, como Pearl Jam, White Stripes, The Cure, Radiohead, Arctic Monkeys ou Rage Against The Machine. O paraíso para qualquer rockeiro.
Super Bock Super Rock
Assim como se diz dos gatos, também o Super Bock Super Rock teve várias vidas. Pode dizer-se que é o "camaleão" dos festivais portugueses, já que mudou várias vezes a sua montra. Começou em Alcântara, em 1995, e logo na segunda edição teve a sua estrela maior: David Bowie. Andou de cidade em cidade, dividindo-se entre Lisboa, Porto e Coimbra, assentando arraiais na Praia do Meco em 2010, onde regressou em 2019. Ideal para quem gosta de acampar e de escapar até à praia na hora do calor.
MEO Marés Vivas
Quem diria que o pequeno festival criado em 1999, de forma quase amadora, haveria de tornar-se motivo de romaria anual para os festivaleiros do norte (e não só)? Da Praia do Areinho, onde começou a escrever a sua história, até ao recinto da Antiga Seca do Bacalhau, no Cabedelo ou mais recentemente o Parque de Campismo da Madalena. O cartaz é eclético, apostando tanto nos artistas nacionais, quanto nas estrelas globais, como Elton John ou Sting.
Kalorama
É um dos mais recentes festivais de música em Portugal, mas mostrou desde a sua primeira edição, em 2022, que qualidade não implica longevidade. Com palcos montados no Parque da Bela Vista, em Lisboa, o seu cartaz é uma espécie de menu gourmet, que satisfaz os gostos mais requintados da música indie, rock, pop... e não só! Belle & Sebastian, Róisín Murphy, Nick Cave and The Bad Seeds, Arctic Monkeys, 2manyDJs ou Ornatos Violeta são só alguns dos nomes que já passaram por aqui.
AGEAS Cool Jazz
Durante todo o mês de julho há música “cool” para ouvir em Cascais. O Hipódromo Manuel Possolo, os Jardins Casa de Histórias Paula Rego e o Parque Marechal Carmona recebem os mais importantes nomes do jazz, da soul, do funk, do pop rock e até do fado, num ambiente intimista e sofisticado, bem diferente dos restantes festivais. Podemos chamar-lhe um festival maduro, com um cartaz que junta, invariavelmente, estrelas em ascensão e consagrados, como Tom Jones, David Byrne ou KRAFTWERK.
Festival Músicas do Mundo
É um festival sem fronteiras. Folk, blues, tango, reggae, música clássica, ritmos africanos ou fusão das mais diversas expressões culturais dos quatro cantos do mundo – aqui cabe tudo, desde que com qualidade. É assim desde 1999, ano em que o Músicas do Mundo assentou arraiais entre Sines e a pitoresca aldeia de Porto Covo. Uma bela forma de homenagear o ilustre local Vasco da Gama, navegador que, nos idos de 1500, deu mais mundos ao mundo, abrindo caminhos para outros povos, culturas e sons.
Sumol Summer Fest
Porque música combina com férias, a Praia da Ericeira recebe, em julho, a primeira grande “beach party” do verão. O cartaz é, por norma, heterogéneo, privilegiando os sons do hip hop, rap, reggae, house e R&B. Entre um pé de dança e banhos de sol e mar, há também espaço para atividades radicais como o skate e, claro, o surf. Ou não estivéssemos naquela que foi considerada a primeira Reserva Mundial de Surf da Europa.
Bons Sons
Longe da cidade, das luzes néon e dos brindes das grandes marcas, há um festival diferente. Em agosto, a aldeia de Cem Soldos, em Tomar, transforma-se, ela própria, num festival. Os 10 palcos, construídos pela população e onde só atuam artistas nacionais, integram-se nas ruas e praças, garagens e lagares ou mesmo igreja. Para além da música, há artesanato, teatro, dança, debates e workshops que juntam festivaleiros de todas as idades. Que bem se está no campo!
NeoPop
Viana do Castelo é, durante quatro dias, a “capital internacional do techno”. Junto ao Forte de Santiago da Barra, pela noite dentro e até o sol raiar, atuam algumas das maiores estrelas da música eletrónica, do house ao techno, entre DJ Sets e atuações ao vivo. Ano após ano, desde 2005, o festival tem-se afirmado além-fronteiras com um cartaz repleto de nomes sonantes, DJ’s e produtores, atraindo cada vez mais festivaleiros a Viana. Chegam de toda a Europa, com muita vontade de dançar.
MEO Sudoeste
As imagens da primeira edição do Sudoeste, em 1997, correram mundo. Quem não se lembra dos festivaleiros cobertos de pó? As condições da Herdade da Casa Branca, perto da praia da Zambujeira do Mar, estavam longe de ser as melhores, mas o cartaz era algo nunca antes visto em Portugal, com nomes como Blur, Suede ou o tão temido quão desejado Marilyn Manson. Nos últimos anos, o recinto, agora coberto de relva, passou a receber nomes sonantes da música de dança, continuando a arrastar multidões.
Vodafone Paredes de Coura
Chamam-lhe “Couraíso” e não é por acaso. No anfiteatro natural da Praia Fluvial do Taboão, quando menos se espera, acontece magia. Arcade Fire, Nick Cave, Sonic Youth ou Benjamin Clementine poderão muito bem ter sido “o concerto da vida” de muitos. A programação, cuidada e coerente, a aliar consagrados e novos artistas, bem como uma série de outras atividades mais ou menos radicais nas margens do rio e na acolhedora vila, fazem de Paredes de Coura o sítio onde apetece regressar sempre.
O Sol da Caparica
Um festival “radical” bem perto de Lisboa. No Parque Urbano da Costa da Caparica, mesmo junto à praia, os ritmos brasileiros e africanos juntam-se a alguns dos grandes nomes da música portuguesa para uma festa de quatro dias. Para além da música, que vai do hip hop ao rock, do fado ao samba e ao funk, está garantido um programa variado e cheio de adrenalina, que inclui, por exemplo, experiências de skate, surf e bodyboard. Praia, sol e música: combinação perfeita!
EDP Vilar de Mouros
Depois de um primeiro e tímido ensaio em 1965, Portugal recebe, em 1971, o primeiro festival internacional de música. Elton John e Manfred Mann, entre outros, atuaram perante cerca de 30 mil pessoas, em clima de pura liberdade, numa espécie de “Woodstock” à portuguesa. Em 1981, as estrelas foram os U2, antes de um interregno de mais de uma década, a que se seguiram algumas edições intermitentes. Regressou em força em 2014 e a aposta em bandas de sucesso dos anos 80 e 90 tem dado frutos.
Festival F
É “o último grande festival do verão”. No início de setembro, os palcos espalhados em diversos pontos do centro histórico de Faro recebem alguns dos maiores nomes da música portuguesa, sem esquecer os novos talentos. Além da música, há cinema, stand-up comedy, artes plásticas, artesanato, literatura, tertúlias e um conjunto de atividades pensadas para as crianças. Uma bela forma de encerrar uma temporada de férias em família. Para o ano há mais!
Bónus 1: Rock in Rio Lisboa
De dois em dois anos Lisboa enche-se de milhares de festivaleiros para o maior espetáculo musical do país. Na Cidade do Rock já atuaram algumas das maiores estrelas do planeta: Paul McCartney, Rolling Stones, Bruce Springsteen, Queen, Metallica, Bruno Mars e a incontornável Ivete Sangalo, que tem “levantado poeira”. Ao mesmo tempo, entre rodas gigantes, jogos e brindes, luta-se “por um mundo melhor”, com a música como linguagem universal.
Bónus 2: Boom Festival
Nos anos pares, sob os auspícios da lua cheia de agosto, acontece em Idanha-a-Nova um festival que se diz “visionário”. Num espírito de comunhão com a Natureza, liberdade e partilha cultural e espiritual, os festivaleiros, de dezenas de nacionalidades e de todas as idades, celebram a arte, cultura e modos de vida alternativos, sempre ao som do melhor trance e rock psicadélico. O programa inclui conferências e workshops sobre espiritualidade, boas práticas ambientais e outras temáticas.
Recomendado
Mais Lidos