Casas de Escritores para conhecer em Portugal
O All About Portugal preparou um roteiro literário para percorrer Portugal e explorar as casas de escritores de grandes personalidades da literatura portuguesa.
Se é aquele turista que não viaja sem um livro na mala, este roteiro de casas de escritores em Portugal é para si. Pode ser feito em qualquer altura do ano por várias regiões do país. Nesta lista do All About Portugal encontrará casas onde estes escritores efetivamente viveram e guardaram o seu espólio pessoal e biblioteca, ou espaços museológicos com exposições permanentes ou temporárias. Em ambos os casos têm o mérito de preservar a memória dos autores e de nos levarem a conhecer sítios que de outra forma dificilmente seriam visitáveis. Quem sabe se não encontrará o seu próximo destino de férias para visitar e conhecer mais profundamente a vida e obra do seu escritor português preferido, como Fernando Pessoa, José Saramago, Miguel Torga, ente outros que encontrará neste roteiro literário por Portugal.
Casa Fernando Pessoa (Lisboa)
É o lugar da literatura. É este o mote da Casa Fernando Pessoa, situada em Lisboa, no bairro de Campo de Ourique. Este espaço foi considerado em 2021 o melhor museu português. Tem a particularidade de ter sido habitada pelo poeta nos últimos 15 anos da sua vida, trazendo mais realismo à visita, que inclui uma exposição temporária e uma fixa, de longa duração. O objetivo é dar a conhecer Fernando Pessoa de uma forma mais abrangente e intimista. Aqui encontra tudo sobre a vida e obra do poeta, incluindo uma biblioteca especializada em poesia mundial.
Casa dos Bicos – José Saramago (Lisboa)
Se é admirador da obra de José Saramago e está de visita a Lisboa, encontrará na capital portuguesa a Casa dos Bicos, onde atualmente se encontra uma das delegações da Fundação José Saramago. Entre livros e vários objetos pessoais do português Prémio Nobel da Literatura, poderá encontrar a réplica da sua secretária, uma das peças da exposição "As sementes e o fruto". Em frente à Casa dos Bicos encontra também uma oliveira que foi transportada de Azinhaga, aldeia ribatejana onde Saramago nasceu, e onde foram depositadas as suas cinzas, e duas lápides com as seguintes inscrições: “José Saramago 1922-2010”e a última frase da obra Memorial do Convento: “Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”.
Casa de Tormes - Eça de Queiroz (Santa Cruz do Douro)
No Douro, mais precisamente em Santa Cruz do Douro, na Quinta de Tornes, encontra o Núcleo Museológico que procura preservar e divulgar o património e a memória de Eça de Queiroz, um dos maiores vultos da literatura portuguesa. Eça nunca viveu na Casa de Tormes, mas visitou-a por quatro vezes. Apesar disso, é na Quinta da Vila Nova, nome pelo qual também é conhecida, que se encontram preservados a maioria dos seus objetos pessoais. A casa alberga todo o espólio do escritor. Para aproveitar ao máximo a visita sugerimos que agende uma visita guiada, que se realizam de hora a hora, nos horários indicados na página oficial da Fundação Eça de Queiroz.
Casa Museu de Camilo Castelo Branco (Famalicão)
A Casa de Seide foi efetivamente habitada por Camilo Castelo Branco e a sua família entre 1863 e o fatídico dia 1 de junho e 1890, em que, após a consulta do seu médico, sentado na sua cadeira de baloiço, pôs termo à sua vida com um tiro, depois de uma vida muito tumultuosa. Situada na pequena localidade rural de São Miguel de Seide, em Vila Nova de Famalicão, a Casa Museu de Camilo Castelo Branco é considerada a maior memória viva de Camilo, com particular importância para o conhecimento profundo da vida e obra do escritor. As visitas guiadas acontecem regularmente durante os horários de visita, onde poderá percorrer a casa e conhecer os vários momentos da vida do escritor. Há espaço e tempo para esclarecimento de dúvidas e renovar o interesse pela leitura das suas obras.
Espaço Miguel Torga (Sabrosa)
Localizado em São Martinho de Anta, em Sabrosa, o Espaço Miguel Torga abriu ao público com o objetivo de divulgar a obra literária do poeta transmontano. Esta é precisamente a terra natal do poeta, aqui muito acarinhado, e vai poder constatar isso mesmo se for em direção ao Largo do Eiró, a apenas 200 metros do Espaço Miguel Torga, onde está uma enorme escultura do rosto de Miguel Torga esculpida na raiz de um negrilho, da autoria de Óscar Rodrigues. Negrilho que foi aliás imortalizado num dos seus poemas e que terá secado, segundo se diz localmente, no ano em que o poeta morreu. “Na terra onde nasci há um só poeta. Os meus versos são folhas dos seus ramos.”, escreveu Miguel Torga em “A um Negrilho”.
Casa Museu Aquilino Ribeiro (Moimenta da Beira)
Continuamos a viagem até às “Terras do Demo”, que o escritor Aquilino Ribeiro batizou em 1919 na sua obra com o mesmo nome. Aquilino Ribeiro nasceu em 1885 em Sernancelhe, mas foi em Soutosa, em Moimenta da Beira, onde o escritor viveu a sua juventude. E foi em Soutosa onde foi criada a Casa Museu Aquilino Ribeiro. Nesta casa senhorial do século XIX estão preservadas as memórias do autor e muitos objetos pessoais.
Casa José Régio (Vila do Conde)
Localizada em Vila do Conde, a Casa José Régio reflete a vontade do poeta em manter a casa o mais próxima possível à última remodelação a que foi sujeita e que o próprio autor concretizou nos anos 60 do século XX. Aberta ao público em 1975, a casa apresenta um conjunto de peças de mobiliário, Arte Sacra, louças e quadros, que o poeta, também colecionador, reuniu ao longo da sua vida. Dos quadros fazem parte obras de relevo e ainda a importante coleção de Ex-votos. Encontram-se também manuscritos, provas tipográficas, correspondência e a biblioteca de José Régio.
Casa Museu Fernando Namora (Condeixa-a-Nova)
Se está de viagem pelo Centro de Portugal, aproveite para visitar Condeixa-a-Nova e entre os vários pontos de interesse, como as Ruínas de Conímbriga, não deixe de fazer uma visita à Casa Museu Fernando Namora, figura incontornável da cultura portuguesa. A Casa Museu abriu ao público em junho de 1990, e conserva um espólio considerável de manuscritos, apontamentos originais do escritor, provas tipográficas, livros publicados e anotados, uma biblioteca particular com mais de 4000 volumes, objetos pessoais e até pinturas, uma das facetas menos conhecidas de Fernando Namora.
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