Guerreiro Calaico / Castrejo

Monólito esculpido em granito representando a figura de um Guerreiro, (2ª Idade do Ferro, séc. I d.C.) erecto e em posição parada. Foi encontrado, juntamente com outro exemplar semelhante, provavelmente no séc. XVIII (tendo sido posteriormente, já no século XX, encontradas mais duas estátuas acéfalas) no grande Castro do Lesenho, (a uma altitude de 1075 metros) em Campos, freguesia de S. Salvador de Viveiro. Este Guerreiro apresenta-se vestido com sagum (saio exuberantemente decorado com motivos geométricos de círculos concêntricos encadeados e axadrezados), com decote em V e manga curta, cingido por um cinturão com quatro nervuras paralelas. A cabeça é proporcionada, exibindo o cabelo curto e deixando livres as orelhas, barba e bigode. Ostenta as seguintes armas: caetra redonda e plana (típico escudo redondo), com umbo, com decorações de tipo labirinto, segura na mão esquerda com correias cruzadas no antebraço, e na mão direita empunha um punhal triangular curto, com pomo discoidal, introduzido numa bainha com conto de perfil circular e linhas transversais de possíveis travessas. Usa no pescoço um torque (peça de ourivesaria típica nos Guerreiros da época) com aro aberto e em cada braço, uma viria de três toros (espécie de pulseira). O Guerreiro Calaico-Lusitano é o expoente máximo da Arqueologia Nacional e representa, segundo alguns autores, a imagem da Divindade e o carácter guerreiro das civilizações castrejas que habitaram nesta região. Estas estátuas de Guerreiros Calaico-Lusitanos, consideradas tesouro nacional, encontram-se actualmente em Lisboa, no Museu Nacional de Arqueologia, tendo sido colocada no jardim da Praça do Município uma réplica, em granito, daquela que se transformou num dos símbolos do concelho de Boticas.