Roteiro pela arte e arquitetura do Porto

Arquitetura, engenharia e design: a Casa da Música é uma verdadeira obra de arte a todos os níveis. Projetada pelo holandês Rem Koolhaas para o Porto 2001, foi inaugurada em 2005 e rapidamente se tornou um ícone da cidade e do país. Promove visitas guiadas, mas, se puder, escolha um concerto de música clássica, jazz, rock ou eletrónica, e deixe-se levar pela magia… Da música e de todo o cenário envolvente.

Serralves é sinónimo de arte, desde logo pelas linhas modernas do edifício projetado por Siza Vieira, que veio juntar-se à casa-mãe, exemplar único de Art Déco, e aos opulentos jardins envolventes. A programação é vasta e cuidada, com exposições permanentes e temporárias da autoria de renomados artistas. O seu evento “Serralves em Festa” é já uma imagem de marca.

“O Desterrado”, exemplar maior da escultura oitocentista, é apenas uma das obras de António Soares dos Reis que pode apreciar entre as mais de 13 mil peças deste museu, localizado no coração do Porto. Mas não deixe de apreciar o edifício que o alberga, o magnífico Palácio dos Carrancas. Construído em 1795, sofreu inúmeras remodelações, a última das quais com o cunho do arquiteto Fernando Távora.

Muitas vidas teve este Teatro, um dos mais emblemáticos edifícios da cidade, de visita obrigatória. Foi inaugurado em 1794, destruído por um incêndio em 1908, reconstruído em 1920 e restaurado em 1992. Não deixe de reparar na pintura do teto da sala principal, nos detalhes em talha dourada e nas quatro esculturas que embelezam o friso da fachada e que representam a Bondade, a Dor, o Ódio e o Amor.

Funcionou como Cadeia da Relação até à Revolução de 1974, que pôs fim a 48 anos de ditadura. Posteriormente renovado, o edifício oitocentista é atualmente sede do Centro Português de Fotografia. Entre exposições, não deixe de visitar a cela de Camilo Castelo Branco, um dos mais famosos escritores portugueses, que ali esteve preso durante um ano, acusado do crime de adultério.

Foi construído ainda na primeira metade do século XIX para servir os homens de negócios da cidade, e ainda hoje o faz, enquanto sede da Associação Comercial do Porto. Mas foi a mistura única de estilos arquitetónicos, o espólio artístico que acolhe e os eventos que promove que fizeram deste um dos edifícios mais procurados por turistas e locais. O Salão Árabe e o Pátio das Nações são, no mínimo, um encanto.

Edifício robusto e com características que claramente denunciam as suas funções originais de plataforma giratória de mercadorias, a Alfândega é hoje um centro cultural de excelência. Restaurado e remodelado pelo arquiteto Souto Moura, alberga agora o Museu de Transportes e Comunicações. Deixe-se encantar pelo painel “Ribeira Negra”, do mestre Júlio Resende, e descubra mais acerca do passado da cidade.

Quando o Coliseu foi inaugurado, em 1941, desde logo deixou marca na Baixa da cidade e no coração dos portuenses, deslumbrados pelo estilo Art Déco e os traços vanguardistas do edifício. É, até hoje, uma das principais salas de espetáculos da Invicta e do país, com uma programação vasta e eclética, que vai desde concertos, dos mais variados géneros musicais, ao teatro, passando pela ópera, bailado e até circo.

De vários pontos da cidade, é possível reparar numa enorme cúpula verde com pequenas janelas, rodeada por uma densa vegetação. Trata-se de um pavilhão multiusos popularmente conhecido como Palácio de Cristal. Palco de vários eventos culturais, é parte de um conjunto que integra românticos jardins e a Biblioteca Municipal Almeida Garrett. As vistas para o rio Douro são de cortar a respiração.

Primeiro, havia a Casa Allen, exemplar do Porto burguês dos anos 20. Depois, em 1991, foi edificada nos magníficos jardins do palacete a Casa das Artes, projeto discreto, perfeitamente integrado na paisagem envolvente, com assinatura de Eduardo Souto Moura. Por lá há cinema, música, teatro e exposições.