Açores: road trip entre lagoas e vulcões em São Miguel
Na imensidão do Atlântico, a Natureza criou nove pequenos paraísos. São Miguel é um deles. Faça-se à estrada e descubra a magia da Ilha Verde.
Lagoas coloridas dentro de vulcões, praias de areia negra e água quente, piscinas naturais com água da cor do ferro, paisagens com todas as tonalidades de verde… Sabe de que destino paradisíaco falamos? Não perca mais tempo e embarque numa road trip à descoberta da magia da ilha de São Miguel, nos Açores. O All About Portugal preparou um roteiro para uma semana, com tudo o que não pode mesmo perder. Siga o GPS, arranje um mapa ou faça-se à estrada sem programa predefinido. Não faltam pretextos para devorar quilómetros e fotografar cada recanto deste paraíso nascido da lava no meio do oceano.
Lagoa de Santiago
Próximo das Sete Cidades, em plena Serra Devassa, a Lagoa de Santiago, verde escura, no fundo de uma cratera, surpreende pela sua beleza ímpar. Selvagem, sem campos de cultivo em redor, a sua envolvente é composta por escarpas montanhosas povoadas de florestas densas e verdejantes. Suba ao Miradouro da Lagoa do Canário - vai sentir-se pequeno perante tão indomável Natureza.
Lagoa das Sete Cidades
As lendas falam de pescadores e princesas, de amores impossíveis e até da velha Atlântida… De uma beleza quase sobrenatural, a que nenhuma lenda consegue fazer jus, a Lagoa das Sete Cidades é aquele cliché a que ninguém consegue resistir. No fundo de uma caldeira e rodeada por verdejantes campos de cultivo, a lagoa tem uma parte azul e outra verde; um festim para os sentidos.
Ponta da Ferraria
Preparado para um mergulho nas águas quentes do Atlântico? A frase parece não fazer sentido, mas, acredite, acontece mesmo magia por estas bandas. Nas encostas vulcânicas da Ferraria, formam-se piscinas naturais cuja água, graças a duas nascentes termais que se encontram no mar, pode chegar aos 30 graus!
Praia de Mosteiros
A areia é negra como o carvão mas, se olhar com atenção, vai reparar em pequenos cristais verdes fluorescentes: trata-se de olivina, um mineral associado às rochas vulcânicas. A água é quente e no mar, bem perto da costa, dois rochedos gigantes conferem à praia uma irresistível aura de mistério, a lembrar histórias de sereias e piratas.
Gruta do Carvão
Sabe aquela sensação de ter vivido algo tão incrível que só pensa em ir a correr contar aos amigos? E se a tal experiência incrível incluir caminhar pelas entranhas de um vulcão? Pois então, fica a dica: calce uns sapatos confortáveis, vista um agasalho e viaje ao interior da Terra. A Gruta do Carvão é um túnel esculpido pela lava, cheio de estalactites e estalagmites, e está aberta ao público. De visita obrigatória!
Lagoa do Fogo
É a segunda maior lagoa da Ilha de São Miguel. Há vários pontos na estrada onde pode e deve parar para apreciar as paisagens exuberantes em seu redor. E, se o tempo ajudar, não deixe de descer até à lagoa. O caminho é íngreme e demora cerca de 30 minutos, mas garantimos que vale a pena. O chilrear dos pássaros e a água a bater-lhe nos pés são os únicos sons que irá ouvir.
Caldeira Velha
É um local mais do que perfeito para testemunhar a força que emana da terra. Na Serra da Água de Pau, na Ribeira Grande, existem fumarolas, cascatas e caldeiras de água termal cuja temperatura pode ir dos 26 aos 38 graus. A água é castanha devido à presença de ferro, por isso, use um fato de banho antigo e, de preferência, escuro. A Natureza não é meiga por aqui.
Ilhéu de Vila Franca do Campo
Na cratera de um antigo vulcão submarino, existe uma praia encantada com uma lagoa no meio, que forma um círculo quase perfeito. Pode ser visitada entre junho e setembro e é ideal para a prática de mergulho. Ganhou fama mundial desde que, nos últimos anos, passou a ser palco de uma etapa de um famoso Campeonato do Mundo de “Cliff Diving”. Não é só cenário, existe mesmo!
Ermida de Nossa Senhora da Paz
Sobranceiro à bonita localidade de Vila Franca do Campo, ergue-se este templo, construído no século XVIII tal como o conhecemos hoje, mas cujas origens remontam ao século XVI. Terá de subir cerca de uma centena de degraus até à capela, mas o esforço será recompensado com uma vista assombrosa sobre a vila e a região em redor, bem como sobre o imenso mar azul e o ilhéu de formas extravagantes.
Furnas
Adormecido há séculos, o vulcão das Furnas dá sinais de vida em cada recanto desta região. Nas margens da lagoa, há fumarolas, géisers de água fervente e nascentes de águas termais da cor do ferro. Tudo fumega e o cheiro a enxofre requer habituação, mas vale a pena demorar-se por aqui. Prove o típico cozido das Furnas, confecionado em panelas enterradas na terra durante cinco horas!
Parque Terra Nostra
Seja verão ou inverno, é lugar de romagem obrigatória para quem visita as Furnas. Afinal, o que poderá ser mais relaxante para corpo e mente do que um passeio neste romântico jardim botânico do século XVIII, por entre camélias, cicadáceas e árvores exóticas? Ou um mergulho num tanque de água termal, carregada de minerais essenciais, que sai da nascente a temperaturas entre os 35 e os 40 graus?
Plantações de Chá Gorreana
Sabia que a mais antiga plantação de chá da Europa está nos Açores? Perto da Ribeira Grande, a fábrica Gorreana produz, desde 1883, chá-verde e preto sem uso de quaisquer herbicidas, pesticidas, corantes ou conservantes. Conheça a história, o processo de produção e delicie-se com uma chávena de chá, enquanto aprecia os 32 hectares de verde que se estendem até ao mar.
Nordeste
É talvez a parte menos visitada da ilha, mas isso não quer dizer que tenha menos encanto. Percorra sem destino as estradas sinuosas do nordeste micaelense, por entre baías e enseadas, quedas de água e vegetação luxuriante. Pelo caminho, vai encontrar inúmeros miradouros com vista para o mar. O da Ponta da Madrugada, numa das extremidades da ilha, é o local perfeito para ver nascer o sol.
Ponta Delgada
Reserve pelo menos um dia da sua viagem para conhecer a maior e mais povoada cidade açoriana. As Portas da Cidade são o seu cartão postal, mesmo ao lado da Igreja Matriz de São Sebastião. Ainda no centro, apaixone-se pelo belíssimo Teatro Micaelense, percorra as ruas, visite as lojas tradicionais, esteja atento aos muitos exemplares de arte urbana. Dê um passeio pela marina, sinta o pulsar da cidade e troque histórias com os micaelenses.
A Tasca
As Furnas têm o cozido e o bolo lêvedo, mas a gastronomia açoriana esconde outros tesouros. A carne de vaca e os queijos são ex-líbris de todo o arquipélago, mas não deixe de provar as lapas, bifes de atum e as iguarias, doces ou salgadas, feitas com ananás. Sugerimos a Tasca, um dos mais populares restaurantes da ilha. Reserve mesa e vá com tempo. Há muito para saborear.
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